Amar é fácil
No filme "Amores Materialistas" é dito algumas vezes que amar é fácil. A história se passa em torno dos encontros que a protagonista, uma casamenteira profissional, tenta estabelecer entre seus clientes visando a um casamento que atenda as exigências de cada um deles em relação ao parceiro ideal que procuram. A trama também passa pelos relacionamentos da atriz principal com um milionário charmoso e gentil - um "unicórnio" que reúne todas as qualidades exigidas de um alvo desse mercado -, e também pelo reencontro com o seu antigo namorado. O filme retrata as dificuldades das pessoas em amar quem não se enquadra no modelo ideal de parceiro(a) que cada um estabelece, como se estivesse configurando um carro para comprar, porque, afinal, as pessoas são pessoas e não coisas. As pessoas são o que são. E como se torna difícil atender a tantos requisitos, mais difícil ainda é encontrar quem se enquadre no modelo idealizado. E quando parece haver encontrado, pode surgir uma característica desconhecida e inaceitável que coloca tudo a perder. O paradoxo mostrado na película, no entanto, está em que, por vezes, todas as exigências e idealizações de lado a lado tornam-se secundárias quando o amor acontece, porque ele leva a decidir-se por alguém apesar de toda a racionalidade dizer o contrário. Quando se ama, amar é fácil. Não exige matemáticas ou cálculos de compatibilidades. A aceitação do outro e a entrega de si é natural, apesar e mesmo contra os seus defeitos ou falta de qualidades. Como diz a protagonista, para além de ser um bom acordo comercial, o casamento tem de ter amor envolvido. O amor, em síntese, ainda é essa força incontrolável e inegociável que atrai e une pessoas que querem permanecer juntas, mesmo quando o mercado diga não ser o seu par ideal.
Comentários
Postar um comentário