O impeachment da Dilma
Sobre o impeachment, e sem entrar no mérito se houve ou não crime
de responsabilidade - por não conhecer a fundo as circunstâncias
técnicas das tais pedaladas e decretos orçamentários, desafiando algum
amigo a me explicar por A mais B a respeito -, cabe perguntar a quem
está indignado com o resultado: vocês esperavam mesmo que esse
julgamento político fosse justo? Ora, como seria se se trata de um
julgamento entre pares, com interesses contrários, em que não se exige
isenção e imparcialidade? Só que esse tal julgamento político é a regra
desde muito tempo em nosso sistema democrático, e inegavelmente seu procedimento foi
cumprido com garantias asseguradas de defesa. Mas essa é a melhor
regra? Provavelmente não, parecendo mais um parlamentarismo às avessas,
em que formada a maioria se derruba o presidente por fundamentos de até
menor relevância ou meramente formais, desde que amparado apoio popular (o que, no caso, não faltou). Mas vale perguntar, se o PT
tivesse conseguido abrir impeachment contra o FHC, nas várias vezes em
que tentou e não conseguiu por não reunir a maioria necessária, ele
teria sido justo e imparcial em julgar como queria que a Dilma fosse
julgada? Vestir o papel de vítima e mártir, quando convém, também faz
parte do jogo político e é bem mais fácil que admitir os próprios
erros...
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