O ciclo da vida

A vida é um ciclo. Como um círculo, volta ao mesmo ponto de origem. Por isso, a representação geométrica da vida é o círculo, a esfera, sem início nem fim aparente, sem lado, sem ângulo nem desigualdades, sem oposições em si mesmo, onde qualquer ponto pode ser o início ou o fim - na verdade, o recomeço constante, o movimento próprio da vida em ir-se adiante, avançando. O círculo do átomo, da célula, da gema de ovo, do planeta, do embrião, da laranja, da retina, da órbita dos planetas. Por que o círculo, dentre tantas formas possíveis, senão a representação da perfeição com que a natureza se mostra? A forma perfeita de um caminho que volta ao mesmo ponto e ainda assim avança, evolui. Como o tempo que nos faz passar de filhos a pais e depois nos torna filhos de nossos filhos na velhice. A vida e a morte e o renascer em outra vida, outra dimensão, outra vez começar de novo. E dentro da vida vários ciclos, por que não? Curvas dentro dessa grande volta que damos levados pelo tempo, atravessando estações, idades contraditórias e, ainda assim, tão complementares, fases e humores para crescer e amadurecer, apaixonar-se, gozar as mais variadas sensações, endurecer com o trabalho, decidir sobre si mesmo, amar - se tiver sorte -, rumando sempre, do jeito que der, até o mesmo ponto de partida, onde chegaremos os mesmos que éramos quando partimos, só que mudados pelas experiências vividas no caminho. Um ciclo começa e outro termina, na minha vida - e na sua? -, como um recomeço, com as muitas possibilidades que só o círculo da vida nos pode proporcionar.

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