O que nos salva...

Dia desses, ouvindo as canções de um estimado cantautor, me dei conta de que, ao longo da vida, muitas vezes temos chances de ser salvos. Não propriamente da morte, que pra isso já se tem o destino ou acaso - conforme a preferência de cada um. Digo que somos salvos da mediocridade, da ignorância sobre o que realmente importa, da falta de sensibilidade, de amor e de humanidade contida na emoção. Somos salvos pra poder exercer uma virtude, pra ter uma experiência que, boa ou má, mudará nossa forma de ver o mundo ou a nós mesmos, porque o autoconhecimento é uma, ou a maior, forma de salvação. E o que nos salva? Não sei, porque pode até ser difícil perceber quando somos salvos. Nem sempre se trata de uma escolha ou revelação consciente. E a diversidade de coisas que pode nos salvar é quase infinita, à medida que cada um pode encontrá-la nas mais diversas situações possíveis. Uma família estável e amorosa onde se naça, um trabalho, um bom conselho ou uma boa tunda, um beijo, carinho e até um amor: o maior redentor! Uma frase num livro, o verso de uma canção, um poema - sim, a Arte! A questão é jamais negar que você possa e queira ser salvo. Se você pensar que só é salvo quem precisa de ajuda e, portanto, que isso é coisa de quem vive numa condição de fraqueza - que o mundo atual nega, por exigir que sejamos todos super homens e mulheres -, você está totalmente enganado! Só é salvo quem reconhece o quanto é importante sensibilizar-se tantas e quantas vezes mais for possível, a cada dia, porque aí está a plenitude do viver a si próprio, encontrando o que de melhor, na essência, o tempo e o espaço coloca à nossa volta enquanto passamos por aqui. Assim, quanto mais somos salvos, melhor nos tornamos, com as dores que as novas percepções da realidade podem trazer consigo, mas com a "delícia de ser o que é", descobrindo a si e o mundo!

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