Artes


Sou um grande desconhecedor das artes em geral. Mas depois de ter tido a oportunidade de ver pinturas originais de Monet, Degas, Picasso e sobretudo Van Gogh, senti um pouco do quanto a arte é capaz de impactar as pessoas. E arrisco a dizer que esse é seu objetivo atualmente: chamar a atenção, provocar, mesmo que seja através do absurdo da proposta do artista. Quem já não olhou para uma dessas instalações malucas ou para um respingo de tinta numa tela e questionou, arte? Pois é, numa Revista Época recente havia uma reportagem sobre uma menina de 3 anos que, pintando ou misturando tintas, já estava vendendo quadros pelo equivalente a R$ 50 mil (!). E, como era de se esperar, havia um crítico pra afirmar que a obra da criança não era nenhuma brincadeira não, possuía "consistência estética". Também por esses dias, foi notícia o leilão recorde do quadro Desnudo, Hojas Verdes y Busto de Picasso por US$ 106 milhões. Quem olha a imagem valiosa do retrato de Marie-Therese, amante do pintor espanhol, provavelmente não vá entender como uma pintura aparentemente simples possa valer tanto - coisa que também não sei explicar. A questão aqui é que, diferentemente da menina, o pintor espanhol foi mesmo um revolucionário ao buscar mostrar a realidade como ele a via, ou como o próprio dizia, "quero o mais real do que o real", no seu estilo até então único de ver as coisas. O que Picasso com certeza conseguiu, a ponto de mudar a história da Arte e permitir que, hoje, todos possam retratar a realidade como lhes parece ser. Mas e pra quem, como eu, fica tantas vezes sem entender a idéia do artista? Bem, resta o consolo de saber que o propósito também pode ser esse, pois como dizem os entendidos, a função da arte é desafiar e combater o lugar-comum, o estabelecido, aquilo que nos achamos capazes de explicar. Salve Picasso!

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