Memórias musicais I

De que adianta um blog se não for também pra registrar memórias que correm o sério risco de ser deletadas da nossa mente pelo vírus do tempo? Então achei interessante - pelo menos pra mim - buscar de onde vem esse minha afinidade pela música. Não que seja um gosto inusitado, afinal muito gostam de música, só que cada um teve sua própria iniciação e motivos pra continuar fascinado pelas ondas sonoras. Como sou ruim de lembrar das coisas, principalmente da infância, o que ainda consigo recuperar é o som do Roberto Carlos tocando pela casa nos meus primeiros anos. Só não sei se eu curtia mais o som ou a capa dos LPs. Mas na verdade a música já mexia comigo e me fazia parar e escutar e sentir uma sensação diferente, uma certa interação de melodia, voz e letra com uma alteração no meu estado de espírito de acordo com o que eu ouvia. Isso ficou mais evidente na adolescência ouvindo - e oscilando - entre Pink Floyd e Clash, por exemplo. E daquela infância entre os discos do Rei de meu pai não tardou a pintar o interesse em tocar violão, comprando revistinhas com as cifras dos hits da época e brigando com os dedos os ritmos até que a coisa começou a ter jeito de música. Só que havia uma distância muito grande entre ouvir e tocar alguma coisinha e se deparar com alguém fazendo música de verdade próximo a você, o que eu só vim a sentir num veraneio em Imbé, com meus 11 ou 12 anos, quando os caras da banda Taranatiriça começaram a ensaiar próximo a minha casa, durante o dia, o que nos permitia - como bons moleques - assistir os ensaios dos caras e sentir a mítica energia que uma banda de rock consegue transmitir. Isso foi foda! Pouco tempo depois, pra evitar que eu comprasse uma prancha de surf, minha mãe propôs-se a me dar um instrumento musical, e, por um desses acasos do destino, o já então guitarrista e também pirralho Coringa me propôs fazermos uma banda de rock, que viria a se chamar Anjos Rebeldes e que será uma outra história...

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