Não é amor, é sexo!
"A gente não faz amor, fazemos
sexo!", respondeu ela, categoricamente, pra surpresa dele. E estava
certa, ele pensou, porque se amavam, mas o que faziam era sexo. Apesar
de tanto tempo, ainda era o desejo que os aproximava fisicamente,
enquanto o amor os mantinha juntos. Não era para atender as obrigações conjugais, tampouco havia dias, horários ou rituais
predeterminados. O sexo decorria apenas da mais pura vontade, e era
frequente pois se desejavam permanentemente. Não necessitavam de
cenários, fantasiar ou de outro tipo de recurso para criar o clima
apropriado. Palavras eram desnecessárias, assim como jogos preliminares
de sedução, bebida ou qualquer tipo de estímulo externo. Buscavam, e
alcançavam, apenas a intensidade em si mesmos, pelo contato, o imediato
entre si, seus corpos, no prazer de cada um somado ao do outro. O amor
aguardava sua vez do lado de fora do quarto, chegando depois para o sono
dos dois, para seguir a vida no dia seguinte. Não havia obscenidades,
porque tudo era natural, nem vergonhas, porque se viam no outro, sendo
como que um só, completando-se, transbordando-se. Sempre era como se
fosse a última vez, não apenas uma vez mais. Nem sempre tão bom, mas
nunca insosso, jamais triste. Definitivamente, amavam-se e por isso se
mantinham juntos através dos anos...mas o que faziam era sexo!
Comentários
Postar um comentário