Você ainda se emociona?
Quem ainda se emociona hoje em dia?
Somos diariamente
bombardeados por uma mídia materialista, que nos impele a comprar todo o tipo
de coisa e a sermos ricos, bonitos e bem sucedidos. Por notícias que banalizam
a violência e revelam a pouca valia da vida humana. Vivemos um dia-a-dia repleto
de prosa, e quase nenhuma poesia.
Então, pergunto, você ainda se emociona? Com
o que? Com qualquer coisa, por menor que seja, capaz de tocar sua sensibilidade
e lhe causar alguma emoção. Pode ser o trecho de uma música, um comercial de
tv, a palavra de um amigo, a lembrança de uma noite que não se esquece, o rubor
de quem lembra dessa noite, um reencontro muito esperado, uma data importante, um
pôr do sol no meio do trânsito, coisas mais ou menos piegas, previsíveis, óbvias ou não, mas
que por um lado ou outro da nossa particular maneira de interagir com o mundo
nos deixa sensíveis a alguma emoção.
A verdadeira ignorância, tenho certeza, não está na falta de
intelecto e cultura. A ignorância que deixa o olhar sem expressão, que torna as
pessoas monossilábicas e rudes, que assusta pela crueldade de atos impensáveis,
enfim, que retira toda e qualquer humanidade de alguém, é a ausência da
capacidade de emocionar-se, porque é isso, e não o raciocínio, que nos difere
dos animais.
A emoção, que resulta do colocar-se sensível a algo externo
a nós mesmos, é o que permite existirem as virtudes e, ao final e sobre tudo, o
próprio Amor, universalmente aceito como o bem maior.
Então, se você se enternecer por um momento que lhe
pareça bonito, meu amigo e minha amiga, parabéns!, você está exercendo sua
humanidade – mesmo que outros digam que isso é viadagem, TPM ou crise de meia
idade, afinal, o mundo está mesmo cheio de gente insensível...hehehe.
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