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Mostrando postagens de agosto, 2011

VARIAÇÕES SOBRE UM ROTEIRO DE FAROESTE

Take 1 – O forasteiro chega à cidadezinha perdida no Velho Oeste americano. Empurra vigorosamente ambos os lados da porta do saloon, pisa forte o chão de madeira com suas botas e o ruído metálico das esporas, chamando a atenção dos pistoleiros, jogadores, dançarinas, o velho do piano e o barman, que se voltam para o intruso e o ouvem dizer com sua voz gutural, sob a aba do chapéu empoeirado: - Tem Fanta uva? Take 2 – ... e o ouvem dizer: - Troca 50? Take 3 - ...e o ouvem dizer: - Eu podia estar roubando, eu podia estar matando... Take 4 - ...e o ouvem dizer: - Alguém aí tem uma vela de Fusca pra me emprestar? Take 5 - ...e o ouvem dizer: - É aqui o De Volta pro Futuro 2? Take 6 - ...e o ouvem dizer: - Sabe onde mora o Abreu? Take 7 - ...e o ouvem dizer: - O quê que eu tô fazendo aqui? Take 8 - ...e o ouvem dizer? - Rodeio de Barretos? Take 9 - ...e o ouvem dizer? - Só tem veado! Take 10 - ...e o ouvem dizer: - 不同尋常的是香料的

Fatos e fotos Moenda 25 Anos

Veja no link abaixo imagens e textos sobre a edição de Jubileu de Prata do Festival Moenda da Canção, ocorrido no último final de semana: http://www.cantadoresdolitoral.com.br/e/m/m25/m25.htm
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É TEMPO DE MOENDA! 25 ANOS DE BOA MÚSICA!

Fernanda de Beauvoir

Voltando do Theatro São Pedro depois de ter tido o privilégio de assistir, de pertinho, Dona Fernanda Montenegro interpretando um monólogo sobre a vida de Simone de Beauvoir e sua relação amorosa com Sartre. Por uma hora, a grande atriz brasileira hipnotizou toda a platéia passando-se pela polêmica escritora francesa. Domínio pleno da arte de representar, aproveitando um texto rico sobre a vida desse casal tão avante de seu tempo. Sem dúvida, um momento inesquecível ver uma presença tão forte no palco, onde já havia visto o igualmente inesquecível Paulo Autran. Momentos assim justificam a mensagem que dá nome à peça: "Viver sem tempos mortos". *Pra quem quiser saber mais sobre a relação pouco convencional de Sartre e Bouvoir, sugiro o excelente livro "Tête a Tête: Simone de Beauvoir e Jean-Paul Sartre", de Hazel Rowley." - recomendo!

Arte & subversão

A polêmica da semana aqui nos pagos foi o processo movido contra o músico Tonho Crocco (Ultramen) por um deputado estadual que se sentiu ofendido com a música "Gangue da Matriz", que critica o aumento de 73% (!) auto-aplicado pelos legisladores gaúchos e faz um paralelo com a famosa gangue de jovens violentos que moravam em torno da Praça da Matriz nos anos 80, onde se encontra a Assembléia Legislativa Estadual. Sem entrar no mérito sobre se a crítica contida na música procede ou não, ou sobre o conflito entre a liberdade de expressão e a censura da obra - já bastante discutidas -, o que me anima é ver um artista de expressão ainda se preocupar em usar sua arte para protestar. O protesto político ou social através da música parece ser algo demodé hoje em dia (exceção feita ao Rap), em que o meio musical voltado ao grande público - com raras e ótimas exceções - está preso num esquema puramente comercial, ao qual não interessa polemizar ou levantar bandeiras, mas sim vender o