Volta das férias! Democracia direta via internet

E o blog volta de suas longas férias! É, eu sei que o verão passou e que o carnaval acabou já há algum tempo, por isso é hora de retomar o blog para alívio de seus inúmeros - sim, é ironia mesmo - leitores. Nesse período de "sono criativo" muita coisa aconteceu: viagens a trabalho, acontecimentos impactantes como o ocorrido no Japão, a morte da Elizabeth Taylor e, hoje, do José Alencar. Enfim, muitas coisas pra falar, mas vou abordar o poder da internet sobre fatos que ocorreram no mundo e aqui na minha cidade. Desde esse período de férias do blog, uma onda libertária vem varrendo os países do oriente médio, derrubando ditadores através da pressão popular por democracia, sobretudo naqueles países mais afetados por dificuldades econômicas e desemprego elevado. Pois bem, a Revista Exame recentemente divulgou uma matéria sobre a importância da internet para a organização e projeção alcançadas pelas manifestações populares que derrubaram, ou vem derrubando, governos nesses países, a tal ponto que estes e outros governos (caso da China) vêm criando mecanismos de censura e de limitação de acesso à rede em seus territórios. Mudando de cenário, mas não de assunto, tenho visto cada vez mais frequentes as manifestações de pessoas da minha cidade - incluindo eu mesmo - que têm se utilizado da internet, em especial do Facebook, para criticar, reclamar, cobrar ou elogiar ações da administração municipal. Embora isso ainda seja incipiente, e restrito a grupos que já têm o hábito de acessar a rede, dá pra ver o potencial da internet como instrumento de participação democrática direta do cidadão na gestão pública de sua cidade, estado e país. A se confirmar essa tendência, aumentando sua prática de forma organizada, a distância entre o povo e seus governantes pode se tornar bem pequena. A questão é, nossos governantes têm interesse em abrir e manter esse canal de diálogo direto com os seus governados? O certo é que, abrindo ou não essa porta, cada vez mais a administração pública será alvo de opiniões individuais lançadas e reunidas na internet, que gerarão um senso crítico coletivo, mais ou menos organizado e numeroso, que no final representará uma decisão, reivindicação ou apelo popular. E, quando isso acontecer, os governantes terão a coragem - ou o bom senso - de virar as costas ao anseio de seus governados? Os exemplos vindos de fora mostram que enfrentar a vontade popular não é a melhor saída...

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