Memórias Musicais V


Final dos 90 e eu morava e trabalhava em Novo Hamburgo, onde reencontrei o meu amigo de colégio e guitarrista Jéferson, ex “Sílvia em Paris” e que na época tava tocando com uma banda de colegas da odonto. Falamos em tocar juntos e logo ele falou do Alvaro (ex “The Buds” e outras), baterista que tinha voltado dos EUA e tinha um puta equipamento. E assim começamos a fazer um som nós três, na casa do Álvaro, e daí pra surgir a idéia de montar uma banda e fazer shows foi rápido. Depois de algumas tentativas frustradas de encontrar um vocal, o acaso – e a minha cunhada Mariana – trouxe o Fred, que também já havia passado por outras bandas e nos convenceu já no primeiro teste. E foi ele o infeliz que sugeriu o nome da banda, na brincadeira, e que pegou: TIRANOSSAURO SEX. O escracho do nome combinava com um repertório pop-rock Brasil beeem pegado: Rappa, Charlie Brown Jr., Detonautas, CPM 22, J. Quest, Papas, Comunidade Ninjitsu etc. O repertório não refletia assim o gosto pessoal da banda, mas era o que a gente acreditava que funcionaria bem nos shows. Ah, os shows... Tivemos shows memoráveis, pelo menos pra mim, porque a banda mandava muita pressão sonora do palco. Fizemos o primeiro show em Santa Cruz do Sul, depois foram vários em Bento Gonçalves, o Bar do Joe em Garibaldi, POA, Novo Hamburgo (obrigado a Singles pelas canjas no Alternativo), em São Leo, onde o Marrakesch era nossa “casa” – um muquifo 5 x 15m que ficava completamente lotado e onde a banda tinha que mostrar a que vinha...muito rock’n roll! Tentamos levar mais longe a TSEX. Gravamos demos de covers pra divulgação da banda em bons estúdios. E, depois, entramos numa de fazer som próprio – o que eu era totalmente favorável, vendo nisso algo de mais futuro e retorno. Mergulhamos nisso, gravamos em torno de 8 músicas próprias – muito boas por sinal -, mas esbarramos na dificuldade de ter pouco tempo pra dedicar à banda e às dificuldades do próprio mercado musical independente. Chegamos a participar com nossa música própria “Tempo certo” em um festival de bandas da Rádio Atlântida, na etapa do litoral, mas perdemos pra torcida adversária – serviu, pelo menos, para que eu ouvisse nossa música na rádio...demais! Assim, decidimos voltar para a maior facilidade do cover. Na sequência, o Fred virou pai e mudou de cidade, em seguida eu também me mudei, e assim a coisa morreu lá por 2003. Cada um seguiu outros projetos, outras bandas, outras idéias. A TSEX ainda permanece lá como uma banda especial pra mim, aquela onde mais estive próximo de me realizar como músico, junto com grandes músicos e amigos de sempre, por ela comprei o meu Fender Jazz Bass e foi onde aprendi muito sobre como as coisas funcionam nesse meio, entre sonhos e a dura realidade. Mas a história continua, e o “Making Of” dessa história é o próximo capítulo...

Comentários

  1. Apesar de ter custado a acreditar no nome da banda ( que rendeu boas risadas em casa), sempre tive certeza de que o sucesso dela seria uma questão de tempo. Quatro guris que, além do talento, tinham energia e entrosamento em palco raros de se ver. Sorte minha que acompanhei as andanças deles, sempre acomanhada pela minha parceirona de vida, a Nana, que até grávida agitava na platéia.
    O que ficou p sempre foi uma amizade "de dar inveja", que resultou na T-SEX testemunhando do altar o casamento do Alvaro, o último a deixar a solteirice p trás. Pelo menos desta vez ele não perguntou: " Como é que começa, mesmo???"

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