Postagens

Mostrando postagens de março, 2010

Atitude ou encenação

Ao ir a um show de rock de grandes bandas eu sempre tendo a reparar na postura de palco dos caras, pra ver até que ponto estar ali fazendo o show de número 159 do ano ainda mexe com eles, de forma autêntica, ou se tudo já se resume a encenar. Todas as bandas, depois que assumem algum profissionalismo, têm que representar, seguir um roteiro, mesmo que mínimo, pra criar uma interação com seu público e passar alguma presença de palco. Faz parte do show... Às vezes isso fica forçado e quase não convence. Outras vezes, bem, o artista parece se deixar contagiar pelo maior ânimo da platéia ou por estar num bom dia. Já presenciei shows dos dois jeitos. Shows em Porto Alegre (Oasis) e Buenos Aires (U2), por exemplo, em que a banda tomou tamanha surpresa com a reação positiva do público e é de tal forma contagiado por ela que a velha e genuína vontade ( ou fúria) de tocar volta com tudo, e assim se torna um autêntico show de rock em que ninguém, nem artista nem público, precisa representar. Outr

Memórias Musicais VI

Imagem
O fim da TSEX e a dispersão da banda coincidiu com minha volta pra Santo Antônio, por volta de 2004, depois de alguns morando em Novo Hamburgo. O Fred, vocalista da TSEX também havia se mudado pra cidade com a família um pouco antes. Daí que não deu outra, tínhamos que montar outra banda pra continuar tocando. Antes de conseguirmos chegar nessa banda, demos algumas canjas ora com o Alvaro (TSEX) na bateria, ora com o Dani (primo), como rolou numa das lendárias festas na casa do Dani Provenzi e noutra do Nada Chega. Mas nessa época surgiu em Santo Antônio o excelente estúdio do Edmundo Mohr, pai do baterista Guilherme, egresso da "Éramos Três" - banda formada por ele e outros grandes músicos locais (Dani Israel, Tassio, Luizinho e Paulinho). Não demorou que a gente se cruzasse pela cidade e marcasse um ensaio, onde também pintou o guitarrista Luizinho - outro ex-Éramos Três -, e daí tava feita a banda, que veio a se chamar "MAKING OF". Depois, juntou-se a nós o percu

Memórias Musicais V

Imagem
Final dos 90 e eu morava e trabalhava em Novo Hamburgo, onde reencontrei o meu amigo de colégio e guitarrista Jéferson, ex “Sílvia em Paris” e que na época tava tocando com uma banda de colegas da odonto. Falamos em tocar juntos e logo ele falou do Alvaro (ex “The Buds” e outras), baterista que tinha voltado dos EUA e tinha um puta equipamento. E assim começamos a fazer um som nós três, na casa do Álvaro, e daí pra surgir a idéia de montar uma banda e fazer shows foi rápido. Depois de algumas tentativas frustradas de encontrar um vocal, o acaso – e a minha cunhada Mariana – trouxe o Fred, que também já havia passado por outras bandas e nos convenceu já no primeiro teste. E foi ele o infeliz que sugeriu o nome da banda, na brincadeira, e que pegou: TIRANOSSAURO SEX. O escracho do nome combinava com um repertório pop-rock Brasil beeem pegado: Rappa, Charlie Brown Jr., Detonautas, CPM 22, J. Quest, Papas, Comunidade Ninjitsu etc. O repertório não refletia assim o gosto pessoal da banda, m

Espectador privilegiado

Imagem
Nessa última e recente ida ao Rio para gozar as merecidas férias, estava nos meus planos conhecer o Beco das Garrafas e o Bar Garota de Ipanema (antigo Veloso), pontos referenciais do nascimento da Bossa Nova e de sua trupe. Soube que o Beco das Garrafas está sendo retomado com algumas casas noturnas e bares, mas acabou que não foi dessa vez que conheci o lugar. Conhecemos o Garota de Ipanema, localizado na Rua Vinícius de Moraes, em Ipanema. O lugar já está meio decadente e, pelo jeito, sobrevive graças aos turistas (sobretudo estrangeiros) que conhecem sua história. Entramos, escolhemos uma mesa, pedimos chopps e bolinho de bacalhau. O que lembra o vínculo do lugar com seus ilustres frequentadores de outras épocas são apenas algumas fotos na parede evocando os mais famosos bossanovistas e o movimento. Foi então que reparei naquele garçom de mais idade e o chamei para perguntar se ele trabalhava no bar havia muito tempo, ao que ele confirmou que trabalhava há 40 anos e que era seu &qu