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Mostrando postagens de fevereiro, 2010

Apropriado pra estes dias

"O que é uma vida racional? Não existe nenhum critério racional para defini-la. No limite, pode-se perguntar se comer e viver de modo sadio, não correr riscos, nunca ultrapassar a dosagem prescrita significam realmente viver, ou melhor, se a via racional não é uma vida demente. Não é loucura erradicar nossa loucura? A vida comporta um mínimo de desperdício, gratuidade, 'consumação', desrazão. Castoriadis disse: 'O homem é este animal louco cuja loucura inventou a razão." (Edgar Morin)

Memórias Musicais IV

Mas não foi o som das fitas K7, dos LPs e da velha e boa Rádio Ipanema que me trouxe de volta a vontade de tocar numa banda depois do debut na Anjos Rebeldes. Foi a Moenda da Canção e tudo que veio com ela. Nesse festival de palco aberto a todos os ritmos e influências musicais - que eu passei a acompanhar da 6a edição (ano passado foi a 23a edição), graças à Cacá -, onde a riqueza artística convive com a simplicidade da produção e o carinho de um público fiel, onde músicas e apresentações se tornaram inesquecíveis para quem as viu - você viu o Bebeto Alves interpretando Tango do Aterro?, o José Cláudio Machado conquistar a todos com Milonga Abaixo de Mau Tempo, as músicas do Corona, o Tambo do Bando...putz, é muita gente boa pra citar. E os grandes shows trazidos à cidade, tornados possíveis graças à Moenda, como Gilberto Gil, Ivan Lins, João Bosco em duo com Nico Assumpção (apenas o maior baixista que o Brasil já teve). Como você pode assistir a tantos caras bons e músicos também exc

Memórias Musicais III

Antes de falar da TSEX, acho legal falar das influências sonoras que me fizeram a cabeça. Quando acabou a Anjos Rebeldes eu devia ter uns 15 anos, e desde os 12 a música já era muito presente na minha vida. Só que, naquela época - é mermão, não esqueça que já tenho trinta e tantos -, conseguir músicas não era um negócio fácil, muito menos descobrir coisas novas. Ou você comprava LPs (quando dava $$$), ou então era aquela coisa de gravar fita k7 da rádio, discos e fitas de amigos. Ou seja, a tão falada pirataria já existia sim e era como uma coleção de figurinhas, em que cada um se exibia com seus sons exclusivos ou difíceis de conseguir. Sem dúvida, a surf music deveu sua divulgação por aqui muito mais às fitas do que aos discos ou rádio. Mas, enfim, quando passei a levar a música a sério era meados dos anos 80 e tive oportunidade de ver surgir a onda pop internacional com bandas como Cure - não, não fui naquele antológico show em POA -, Echo & the Bunnymen, New Order, Smiths e tod

Memórias Musicais II

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Longe de ser um encontro como o de Jagger e Richards, ou Mcartney e Lennon, mas certamente também uma coisa de destino, eu e o Coringa nos achamos lá pelos nossos 13 anos, quando ele procurava um baixista pra banda que tentava montar e me convidou pra tocar o troço - sim, porque eu não havia sido ainda apresentado a um baixo até então. Ganhei uma grana da mãe pra abandonar a idéia da prancha de surf e comprar o instrumento, um baixo Giannini Sonic bem meia boca. Mas era novo, era meu e naquele tempo a oferta de instrumentos era mesmo muito pequena. Os importados sequer eram vistos por aqui, quanto mais acessíveis de preço. E assim começou a minha relação com o baixo e, principalmente, a ANJOS REBELDES, juntando ainda o Sérgio Valério (baterista) e o André (vocal). Os ensaios logo saíram da sala da casa do Coringa pra uma peça no porão da minha casa, com toda a tralha de equipamentos (cubos, bateria etc) e todo o barulho que um bando de moleques consegue produzir - naquela altura minha

Memórias musicais I

De que adianta um blog se não for também pra registrar memórias que correm o sério risco de ser deletadas da nossa mente pelo vírus do tempo? Então achei interessante - pelo menos pra mim - buscar de onde vem esse minha afinidade pela música. Não que seja um gosto inusitado, afinal muito gostam de música, só que cada um teve sua própria iniciação e motivos pra continuar fascinado pelas ondas sonoras. Como sou ruim de lembrar das coisas, principalmente da infância, o que ainda consigo recuperar é o som do Roberto Carlos tocando pela casa nos meus primeiros anos. Só não sei se eu curtia mais o som ou a capa dos LPs. Mas na verdade a música já mexia comigo e me fazia parar e escutar e sentir uma sensação diferente, uma certa interação de melodia, voz e letra com uma alteração no meu estado de espírito de acordo com o que eu ouvia. Isso ficou mais evidente na adolescência ouvindo - e oscilando - entre Pink Floyd e Clash, por exemplo. E daquela infância entre os discos do Rei de meu pai não

RS 40º!!!

Agora nós, gaúchos, sabemos o que é passear pelo Saara sob o sol escaldante do deserto. Essa é a sensação destes dias no Rio Grande. O que leva a pensar o quanto somos dependentes da natureza, embora achemos que não. Um calor desses não é suportável por muito tempo, assim como não é uma forte chuva constante, um frio intenso prolongado. Ao menos conseguimos (ou tentamos) nos adaptar a essas situações. Mas como não há ar condicionados pra todo mundo, o melhor é pensar no que fazer pra conter tamanhas mudanças climáticas, antes que o deserto vire realidade...